domingo, 1 de julho de 2007

Interjeições

Academias de ginástica são ambientes interessantíssimos. E isso gera papo pra, no mínimo, uns outros 5 posts. Na minha graduação em Sociologia, tive a chance de fazer muitas e muitas matérias da Antropologia (e confesso que até hoje mal sou capaz de diferenciar uma da outra). Enfim, uma das teclas nas quais mais se bate na Antropologia é a da etnografia. Às vezes, fico achando que eu deveria ir pra esses lados só para poder fazer a etnografia das academias. Pessoas de academia dariam um excelente objeto de estudo. Mas por enquanto isso fica só na minha cabeça. Enquanto luto contra minha preguiça de esportes e tento encontrar forças para continuar minha longa caminhada pelas esteiras ou passagens pelas aulas de localizada da vida, vou observando o que se passa ao meu redor naquele espaço bizarro.

Vez por outra, me aventuro nas aulas de spinning (que agora, se chama bike indoor, pelo menos na minha academia). O professor é carinhosamente apelido por mim, pelos outros membros desse blog que também malham por lá e por algumas de nossas leitoras de “Cachinhos”, ou “Miojo”, em razão da forma de suas madeixas. Obviamente, ele desconhece isso. Cachinhos é até simpático – às vezes, simpático até demais.

Mas eis que Cachinhos some pelos últimos dias, e agora quem dá aula em seu lugar é um outro professor, que atende pelo nome de um animal, um primata. O problema é que este nativo (como se diz no jargão antropológico) do universo das academias já tinha cruzado meu caminho antes, em uma outra academia. E depois de 10 minutos sob sua tutela na malhação, já tinha me convencido de nunca mais fazer uma aula sua.

Aula de spinning não é lá muito agradável. Suor, calor, dor, banco desconfortável pra caramba... o cara conseguia piorar. Não bastasse tocar trance durante toda a aula, vez por outra, ele soltava um gritinho. Um gritinho assim: “Aaaaaaaaiiii”! É difícil explicar direito. Mas, é uma coisa bem igual ao que o Bell Marques, vocalista do Chiclete com Banana, grita no meio de algumas músicas. Eu até tentei encontrar algum vídeo para exemplificar melhor, mas minha paciência para ouvir essas pérolas da música brasileira não estava muito grande. Pois bem, o gritinho é esse: “Aaaaaiiiii!”. Meio rouco assim, meio forçado assim, que vem de lá de dentro... sabe Deus o que isso quer dizer. Que espécie de interjeição maldita é essa? Resumindo a história, estou começando a sentir que o cara não quer que eu faça a aula dele, não quer que eu emagreça, nem que me torne mais saudável. Ele faz de tudo para me espantar do ambiente saúde.

Para completar, anteontem fui a uma festa junina. Lá, o cantor de uma banda de forró entre uma e outra estrofe das músicas, também berrava “Aaaaaaaaiiii”!

Nenhum comentário: